Nessa entrevista vamos tratar de um assunto bem delicado, a sexualidade. O tema foi debatido com os membros da mocidade pelo amigo e também doutrinador Leno.
Vinha
de Luz - Como você se sentiu ao abordar esse tema com os jovens?
Leno
-
À vontade. Acho que sexualidade não deve ser visto como tema "ruim"
ou "complicado", principalmente dentro do centro espírita. Só que uma
coisa é você tratar de sexualidade como uma coisa "imoral" ou
"suja" e outra é tratar a sexualidade como uma dimensão que todos
temos e que tem relação com o que pensamos e fazemos em nossas vidas, mesmo
quando conversamos com crianças ou jovens.
VL
- Entre os temas abordados na entrevista, qual foi o tema que foi mais
discutido? Fale um pouco mais sobre esse assunto.
Leno -
Bom, ao contrário do
que muitos imaginam, não foi um dia de discussão sobre este ou aquele tema
especificamente. Não houve um “tema mais discutido”, no meu modo de entender.
Seria muito fácil chegar com um roteiro completo para falar sobre masturbação,
gravidez na adolescência, “primeira vez” ou “tesão” e coletar e classificar o
que os jovens pensam, mas acho que isto não dá! Então, interpretando o tema
principal deste encontro que ficou para mim , acho que foi a falta de hábito em
se tratando de falar sobre sexo e sexualidade com os jovens... E acho que de
maneira geral, se não for criado um modo de tratarmos sobre isto com maior
naturalidade, os jovens permanecerão com suas dúvidas e angústias reservadas,
impedindo o esclarecimento e a orientação sobre estes e outros temas
relacionados.
VL
- Entre os temas abordados na entrevista, qual foi o tema que foi mais
discutido? Fale um pouco mais sobre esse assunto.
Leno
-
Bom! Ao contrário do que muitos imaginam, não foi um dia de discussão sobre
este ou aquele tema especificamente. Não houve um "tema mais
discutido", no meu modo de entender. Seria muito fácil chegar com um
roteiro completo para falar sobre masturbação, gravidez na adolescência,
"primeira vez" ou "tesão" e coletar e classificar o que os
jovens pensam, mas acho que isto não dá! Então, interpretando o tema principal
que ficou pra mim deste encontro, acho que foi a falta de hábito em se tratando
de falar sobre sexo e sexualidade com os jovens... E acho que de maneira geral,
se não for criado um modo de tratarmos sobre isto com maior naturalidade, os
jovens permanecerão com suas dúvidas e angústias reservadas, impedindo o esclarecimento
e a orientação sobre estes e outros temas relacionados.
VL
- Para você, como a televisão mudou a forma das pessoas pensarem sobre a
sexualidade?
Leno
-
Primeiro eu preciso deixar bem claro que eu não sou contrário à televisão. Só
não tenho o hábito de assistir tv regularmente, como muitas outras pessoas.
Dito isto, o ponto que eu acho fundamental quanto ao impacto da tv e de outros
meios de comunicação, é que eles não são veiculados à toa, sem uma intenção.
Por trás das mensagens e "slogans", há um conteúdo, um estímulo.
Acredito que diálogos e debates sobre o que a tv mostra dentro de casa, nas
escolas e em outros ambiente, podem facilmente denunciar isto. Mas o que vemos,
na maioria das vezes, é que isto não acontece. Então as coisas que aparecem na
"telinha" vão virando verdades pois não são tratadas, refletidas.
Assim elas começam a se cristalizar nos hábitos sociais como "normalidade",
ou pior, viram obrigação. Voltando para o tema (rsrsrs) quando vamos para a
sexualidade, por mais que alguns programas discutam e façam um tratamento
enriquecedor sobre a sexualidade através da tv, o carro chefe dos programas,
desenhos, filmes e entrevistas são movidos a machismo, sensualidade exagerada (pra
não dizer pornografia) e irresponsabilidade. Então acredito que a televisão
atualmente vem fazendo um papel mais (des) educativo que educativo.
VL
- Leno, diga com suas palavras o que o espiritismo fala sobre o sexo.
Leno
-
Bom, acho complicado essas "sinteses", por serem simplificadoras
demais. Mas, atendendo à pergunta, acredito que o espiritismo trata de
compreender as relações existentes entre os planos material e espiritual e suas
repercussões morais, considerando os hábitos e costumes das sociedades em
evolução ao longo da história. Portanto, quanto ao sexo, a doutrina valoriza
sua expressão enquanto mecanismo de vivência e aprendizado para o espírito, uma
vez que trata diretamente da responsabilização do ser frente as suas ações
individuais e coletivas e das possibilidades inerentes às práticas dos mesmos
em sua jornada evolutiva. A questão é muito profunda, muito mais existe a ser
dito sobre o tema, mas eu acho que o espiritismo pensa o sexo de uma forma
muito lúcida e está bem acima da classificação simplista sobre o
"certo" e o "errado".
VL
- Sabemos que hoje a visão do tema sexo é muito diferente da visão que se tinha
antigamente. O que você acha que causou essa mudança?
Leno
-
A evolução dos homens. Amadurecimento intelectual e moral implicam em
amadurecimento comportamental. Temos uma série de valores que conquistamos e
cultuamos hoje que eram impensáveis há bem pouco tempo atrás. Claro que isso
não se dá de maneira uniforme e idêntica para os diversos povos e sujeitos do globo
(espiritual e materialmente falando), mas a instauração de novos valores e práticas
sociais são o reflexo das mudanças por que passam os homens e que caminham com a
evolução do universo.
VL
- Com a revolução da internet o jovem fica cada vez mais exposto ao sexo. O que
você pensa sobre isso?
Leno
-
Acredito que essa visão sobre exposição do jovem ao sexo através da internet é um
tanto quanto cheia de preconceitos e de equívocos. O jovem de hoje não precisa
acessar a internet para ser exposto ao sexo, olhem para as propagandas e
campanhas publicitárias ao nosso redor que isto fica claro. Vão às festas e
ouçam as músicas. O que muitas delas dizem? Existem números telefônicos que as
pessoas usam para "se conhecer". E, diga-se de passagem, que elas
entendem "se conhecer" muito bem fisicamente. A culpa não é da
internet, nem da televisão, nem do telefone. Os homens, com suas imperfeições
morais utilizam desses meios para dar vazão aos seus vícios e paixões. Portanto,
o que devemos fazer é reconhecer as potencialidades desses meios de comunicação
e todas as tecnologias que a inteligência humana foi capaz de desenvolver para
trabalhar nossas limitações morais de forma fraterna e honesta.
VL
- Leno, agora gostaríamos de pedir para você deixar uma frase ou algumas
palavras sobre esse assunto para os jovens.
Leno
-
As palavras que eu deixo são no sentido de valorizar a juventude, suas
necessidades e suas competências. Todos temos responsabilidades para com os
outros que se diferenciam de acordo com os indivíduos. Então acredito que à
medida que nos tratamos com mais honestidade, com maior sinceridade, podemos
conversar mais e melhor sobre todos os assuntos. Certamente, temos muito a
aprender com os outros, só precisamos percorrer este caminho do diálogo
interessado no bem das pessoas, independente de sua idade, sexo ou orientação
sexual. Abração!
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